ARTE INDÍGENA BRASILEIRA

ARTE INDÍGENA

CURRICULO PAULISTA: ARTE
(recorte)

LINGUAGEM DA MÚSICA

As Matrizes estéticas e culturais Indígenas, Africanas e Europeias são parte fundamental da cultura brasileira. Elas carregam referências e formas de expressão cultural, de usos e costumes, englobando a poética artística que representa especificamente uma etnia, um grupo, um povo e uma nação.

● Matrizes Indígenas

O legado cultural dos povos indígenas, têm singular relevância para a formação da identidade cultural do povo brasileiro. De acordo com o IBGE (Censo 2010), são 305 etnias indígenas, falantes de 274 idiomas, que mantêm viva a cultura dos povos originários no Brasil e, portanto, se somam às comunidades que atuam diariamente na salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro. 

O conceito de objeto de Arte, para os povos indígenas, tradicionalmente, não existe. Tudo o que eles produzem, apesar de conter elevado valor estético, tem caráter utilitário. Nesta produção, utilizam tudo aquilo que é encontrado na natureza (madeira, fibras, sementes e frutos, cipós, folhas, resinas, couro, penas, ossos, dentes, garras, conchas, terra, pedras etc). 

Essa abundância de matérias proporciona grande variedade de produtos como cerâmica, tintas, adereços, armas, barcos, vestes, instrumentos musicais etc. A maior expressividade pode ser observada nas peças que utilizam penas, - comumente chamada de arte plumária. Na decoração de objetos e pintura corporal, a geometrização é muito presente. 

A produção musical, também é utilitária, apresentando composições que passam de geração em geração, e é baseada no canto e instrumentos de diferentes tipos:

Idiofones: instrumentos que vibram por percussão ou atrito (chocalho); 

Aerofones: soam pela ação do ar soprado pela boca ou nariz (flautas e apitos);

Membranofones: instrumentos que soam pela vibração de uma membrana (tambores); 

Zumbidores: o som é obtido ao se girar rapidamente, no ar, uma corda a uma pequena peça de madeira oval na ponta.

Legado Cultural Indígena: um Patrimônio Brasileiro.        http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4616

Brinquedos e Brincadeiras Indígenas - Portal do Professor. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22766

Brincadeiras e jogos Indígenashttps://escolaeducacao.com.br/10-brincadeiras-indigenas/




Canções Indígenas:  http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/sons-indigenas


Mandáu (música indígena).
Mandáu Kyuy, kyuy, kyuy
Mandáu Kyuy, kyuy, kyuy
Mandáu Kyuy, kyuy, kyuy
Mandáu Kyuy, kyuy, kyuy
Pindo-Ty Município de Pariquera-Açu. Lá vivem indígenas da etnia Guarani que têm seu próprio repertório musical. Convide os estudantes a aprenderem esta canção tradicional das crianças indígenas. Apresente a letra e o áudio. Repita até que todos consigam cantá-la.

Instrumentos Musicais Indígenas
Os indígenas se inspiraram na floresta e nos sons da natureza. Eles imitavam os sons dos pássaros, do vento, da chuva, da vegetação e com suas mãos fizeram os instrumentos musicais. Utilizaram cabaças e sementes, fibras de plantas, graetos, pelos de animais etc. Deram o nome de tambores, maracás, reco-reco, pau-de-chuva, flauta de bambu e muitos outros. Os sons dos instrumentos são feitos por meio de atritos, de sacudir, friccionar, bater, assoprar. Dos instrumentos de corda são emitidos sons que podem ser relacionados a “vozes” da natureza, como a água que corre dos rios. Existem apitos que imitam o canto dos pássaros como mostraremos no vídeo, são chamados de pios de passarinhos. Os instrumentos de sopro, percussão e corda divulgam e mantém viva a música dos indígenas. Cada aldeia faz seu instrumento e entoam seus cânticos, conforme suas crenças, necessidades de expressão e sentimentos.

“Pataxó reproduz o som dos pássaros com instrumentos tradicionais”.  Este vídeo foi realizado pelo indígena Ubiranã da aldeia Pataxó durante os XII Jogos dos Povos Indígenas, que aconteceu em Cuiabá. O Pataxó Ubiranã mostra instrumentos que reproduzem o som de pássaros e outros animais.
Índios brasileiros, instrumentos musicais

Aindios-brasileiros-instrumentos-musicais. 

Segundo informações coletadas com o Professor indígena Luã Apyká da Aldeia Piaçaguera, da cidade de Peruíbe-SP da etnia Tupi-Guarani Whandeva, os indígenas não usam muito o termo “música indígena”, eles usam o termo “cânticos indígenas” porque “música” é considerado muito genérico e para o indígena o cântico vem da alma e é uma forma de se conectar com seus ancestrais e com Nhanderu (Deus em Tupi-Guarani). Na Terra Indígena de Piaçaguera, eles têm a Casa Grande que frequentam todos os dias e é um espaço de aprendizagem, de contação de histórias sobre os antepassados, onde conversam com os mais velhos (anciãos) da aldeia e se conectam com sua cultura e ancestralidade. Nestes encontros, eles entoam cânticos que não necessariamente, precisam significar coisas ou palavras, em vários momentos são apenas sons emitidos pela boca, onde os mais velhos ficam na frente cantando enquanto os outros seguem acompanhando. São estes encontros e estes cânticos que fortalecem a comunidade, trazem coisas boas, afastam os espíritos malignos. São cânticos muito poderosos e ensinados por Nhanderu (Deus).
Existe também uma musicalidade muito forte entre mãe e filho, onde as canções de ninar criam os primeiros laços entre eles. A música de ninar é muito poderosa e funciona como uma permissão para a criança dormir e entrar em contato com sua ancestralidade. Nos dias atuais, os indígenas têm acesso às novas tecnologias e às culturas do mundo contemporâneo e com isto, alguns afastamentos estão ocorrendo. Por exemplo, muitos jovens não participam mais da Casa Grande porque comungam das convicções religiosas do mundo externo e que agora, estão dentro das aldeias. Mas a conexão ancestral é muito forte e eles acreditam que uma cultura passada de geração em geração por mais de 3 mil anos não irá acabar assim. As aldeias vivem um momento de revitalização e fortalecimento linguístico e cultural.
A música para os indígenas vem do coração e é algo espiritual, acreditam ser algo real e verdadeiro, não é apenas a contação de alguma circunstância, funciona mais como uma oração e um ato de resistência cultural. Ela fortalece o coletivo, principalmente para o povo Tupi-Guarani onde homens, mulheres e crianças firmam seus laços através das
canções. Existem músicas para rituais onde todos cantam juntos, existem cânticos de brincadeiras, de convivência na selva e as crianças brincam cantando. Existem músicas específicas em rituais de batizados e em momentos sagrados, como os que comemoram o Ano Novo que para eles é agora na primavera onde se inicia o período de colheita e plantio.

Cada instrumento é um espírito e não pode ser tocado de qualquer maneira ou por qualquer pessoa, existem os instrumentistas da aldeia que já nascem com esta habilidade.

A maraca (chocalho) é um espírito muito poderoso e representa Nhanderu segurando e protegendo o mundo e é tocado apenas pelos homens. 

A taquara é instrumento feito de bambu que é usado batendo no chão e é tocado só pelas mulheres. 

A flauta, o tambor, o chocalho, a taquara e o violão são instrumentos poderosos e feitos com materiais da natureza. 

O Texto produzido pelo autor especialmente para o São Paulo Faz Escola. 

Projeto Acalanto.

O Projeto Acalanto é um CD com canções entoadas por mulheres dos troncos linguísticos Tukano Oriental e Aruaque, localizadas na região do Alto Rio Negro, Noroeste do Estado do Amazonas. As canções que compõem esse trabalho traduzem a alma dessa mulher e trazem os alentos, as reivindicações, entre outros, contando um pouco da história
de suas vidas à beira dos rios.

Projeto Acalanto.  http://www.funai.gov.br/index.php/indios-nobrasil/sons-indigenas/2721-projeto-acalanto.

Nomathemba - Ladysmith Black Mambazo. “Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=1OJ9X2E_6JA

 

Allundé, Alluyá / Murucututu – Mawaca – Adaptação de duas canções de acalanto da região central da África
https://www.youtube.com/watch?v=Eu2draNrxYs

 

Cangoma Me Chamou – Mawaca – Adaptação de tema dos escravos brasileiros, imortalizada pela cantora Clementina de Jesus, que é citada na apresentação realizada no Sesc Pompéia em comemoração aos 10 anos do grupo. 
https://www.youtube.com/watch?v=SRY7wwSjbl0

Canções xamãs da floresta amazônica: Pasha Dume Pae– A música invoca forças da floresta. Nesta apresentação estão presentes instrumentos indígenas e não indígenas. 
https://www.youtube.com/watch?v=JvE1XdBYkkw 

Esta é a letra da canção indígena “PashaDumePae”. Esta é uma excelente oportunidade para cantar e analisar a sonoridade das palavras.
Pasha dume pae pae ser biburu akã hay hay hayhaira haira haira ne ne ne ne
Xoru ruman pae pae ser biburu akã hay hay hay haira haira haira ne ne ne ne
Txai ruman pae pae ser biburu akã hay hay hay haira haira haira ne ne ne ne
Hawa ruman pae pae ser biburu akã hay hayhay haira haira haira ne ne ne ne
Ubu sape irakan sape raketa netu hay hay haira haira haira ne ne ne
Jãi xani nakenin hawa nakek noya hay hay haira haira haira ne ne ne ne
Nu xani nakenin hawa nakek noya hay hay hay haira haira haira n
Hawa iri xubuxubu nai sakama ieman sape raketa netu hay hay hairahaira haira ne ne ne ne                             Tawawa baku baku hawa uraeusku ura deusku rumanbã hay hay hay haira haira ne ne ne ne                                  Autxiashu baku baku hawa ura deusku ura deusku ruman bha hay hay haira haira ne ne ne ne ne                                  Au kaba baku baku hawa ura deusku ura deusku rumanhay hay hay haira haira ne ne ne ne


Tuim Nova Era - Pasha Dume Pae. “Disponível em:

Documentário sobre a Cultura Paulista Tradicional - VII Festival Revelando São Paulo – Abaçai TV. Mostra um panorama geral da arte produzida no Estado de são Paulo e seus traços africanos e indígenas. 
 

A música "YAWANAWÁ é resultado de uma viagem, realizada pelo DJ Alok em 2015, até o Acre para visitar a Tribo Yawanawá Mutum para gravar algumas canções tradicionais
indígenas, e fazer um remix eletrônico. Segundo ele, essa foi a experiência mais forte de toda sua vida!
Alok:Yawanawa “Disponível em:


A música “Itsári”, produzida pela banda de heavy metal Sepultura, se refere a um tradicional cântico de cura dos índios Xavantes – que vive em Mato Grosso. A banda passou alguns dias no local e coletou sonoridades que resultaram na configuração de um CD com musicalidade primitiva, redefinindo o padrão do gênero musical popularmente chamado de “Metal”. 
Sepultura: Itsari “Disponível em:

Documentário: Sepultura e Índios Xavantes 1996 


A Lenda da Mandioca

LINGUAGEM DA DANÇA.


A dança indígena é realizada tanto pelos homens, quanto pelas mulheres. É comum que eles utilizem adereços para praticar os rituais. Os mais conhecidos são: amuletos, símbolos, instrumentos musicais, além de outros itens. A depender do objetivo do ritual, as peças podem variar. 

As danças mais conhecidas


Existem diversas danças praticadas pelos indígenas no Brasil. No entanto, algumas tornaram-se mais conhecidas. Duas delas são: toré e o Kuarup.

Kuarup
No Brasil, uma das danças mais conhecidas e praticadas pelos índios é o Kuarup. Ele foi é um ritual celebrado pelos indígenas do Alto do Xingu, com a finalidade de fazer homenagens às pessoas mortas. Essa prática é fundamentada a partir da imagem de um deus chamado de Mawutzinin
O Kuarup, em resumo, é uma dança que tem a finalidade de trazer aqueles que morreram à vida. No começo da celebração, os índios recebem com danças outros indígenas de outras aldeias. Após isso, eles cortam um troco chamado de Kuarup e nele são feitas decorações específicas. 
Obs.: a dança indígena Kuarup tem vários estágios. Mas o final é marcado pela ação dos índios laçarem o tronco às águas. 

Toré
Não apenas o Kuarup, mas o toré também é visto como um dos rituais mais conhecidos. Essa dança está associada a união entre os índios da região nordeste do país e a cultura de diversos povos indígenas. A tabela abaixo apresenta nomes e os locais em que habitam.

Povos indígenas

Região

Xukuru-kariri

Localizados em Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas.

Pankararú

Situados nos municípios de Tacaratu e Petrolândia que ficam no estado de Pernambuco. Também estão na cidade de Bom Jesus da Lapa, no estado da Bahia.

Pankararé

Índios localizados em Nova Glória e Glória, ambos no estado da Bahia.

Kariri-xocó

Centralizados no Porto Real do Colégio, no estado de Alagoas.

Tuxá

Povo indígena situado no município de Ibotirama e de Rodelas, os dois estão no estado da Bahia.

Geripancó

Índios da região do estado de Alagoas.

Kiriri

Grupo que habita nos limites dos municípios de Ribeira do Pombal, Quijingue e Banzaê, na Bahia.

Kantaruré

Índios que habitam no município de Glória, no estado da Bahia.

Pataxó

Extremo sul do estado da Bahia e ao norte de Minas Gerais;

Tumbalalá

Estado da Bahia, entre as terras dos municípios de Abaré e Curaçá.

Tupinambá

Grupo indígena localizado na Bahia.

Wassu Cocal

Distribuídos geograficamente no estado de Alagoas.

Pataxó Hã-hã-hãe

Indígenas localizados na região fazenda Baiana e Terra indígena Caramuru-Paraguaçu, no sudeste do estado da Bahia.


Danças folclóricas

folclore brasileiro reúne várias danças que são de origem indígena. São exemplos: cateretê, caiapós, cururu e jacundá.

Cateretê
Cateretê é uma dança do folclore brasileiro que teve origem da dança indígena. Nesse estilo, as performances são realizadas a partir da formação de duas filas, uma só de homens e a outra de mulheres. Ao som de palmas e bate-pés os dançarinos realizam a apresentação. O  cateretê é muito conhecido nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. 

Caiapós
A dança caiapós, por sua vez, é formada a partir de duas figuras centrais: O curumim (menino em tupi guarani) e o cacique. Na dança, o menino interpreta que está sendo perseguido por um homem branco e morre. Os demais dançarinos ficam em torno dele. A partir de então entra a figura do cacique que dança ao redor do difundo até ressuscitá-lo. 

Cururu
O cururu é outra dança de origem indígena e a performance abrange a participação exclusiva de homens. Os dançarinos formam duas filas indianas. A máxima da apresentação ocorre no momento em que chega o Divino e quando o cururueiro canta e faz saudações por conta da chegada dele. Esse estilo é típico das regiões do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas teve origem em São Paulo.

Jacundá
Já o estilo jacundá é uma dança do folclore brasileiro que é formada a partir da dança de roda. Para iniciar apresentação, as pessoas criam um círculo e dois dançarinos ficam no meio. A dupla ao mesmo tempo que dança no centro da roda, tenta sair dele. 
As pessoas que formam a roda não podem deixar a dupla sair. Mas, caso ocorra, quem permitiu deve entrar na roda e dançar no lugar.

Dança Atiaru
A Atiaru é uma dança indígena bastante conhecida. Ela é realizada a partir do entardecer e é composta por homens e mulheres. Dois índios iniciam a dança. Eles normalmente utilizam adereços, como: chocalhos nos tornozelos e cocares com penas, além de carregam em uma das mãos a flauta yapuru. Durante a dança, com o som de chocalhos, o índio coloca uma das mãos sobre o ombro do outro e desenvolve passos para a direita e esquerda. 

Outro dois índios participam da dança, onde ficam sentados ao lado da cabana comunitária denominada de “maloca”. Os dois primeiros índios saem em direção a maloca acompanhados cada um, por uma índia. Elas, por sua vez, seguem com uma das mãos colocadas no ombro do parceiro. Os demais que participam dessa dança indígena


Dança Tangara Rio Silveira. Dança típica da cultura Guarani Mbyá.  https://www.youtube.com/watch?v=NGojAYD7zi8


Música indígena. Ñande Reko Arandu - Memória Viva Guarani.  https://www.youtube.com/watch?v=l469uaunv6A&t=60s

Vídeo de Dança Indígena: “Canto Sagrado da Mãe Terra - Tribo Fulni-ô - Aldeia Multiétnica” de São Jorge, Goiás. 

Dança Contemporânea: Kuarup, ou a questão do índio. 

Nome do canal. Projeto Território do Brincar - 3º Região - Território Indígena Panará, Pará.
https://www.youtube.com/watch?v=Jt8-X5TGXo0

Nome do canal. Extras Waapa - Brincadeiras que mostram o brincar das crianças que vivem às margens do Xingu. 
https://www.youtube.com/watch?v=SzIatKm3Mb0


Mirim Povos indígenas Brasil. Disponível em: https://mirim.org/comovivem/brincadeiras



LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

Patrimônio cultural material: conjunto de bens culturais móveis e imóveis existentes em um país ou região, cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da sua história, quer por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Bens culturais móveis: coleções arqueológicas; acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
Bens culturais imóveis: núcleos urbanos; sítios arqueológicos e paisagísticos; construções; bens individuais.
Patrimônio cultural imaterial: Abrange expressões culturais e tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras.
São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.
Matrizes estéticas e culturais: são formas de expressão cultural, de usos e costumes que englobam a poética artística que representa uma etnia, um grupo, um povo, uma nação.
Matrizes Indígenas: O legado cultural dos povos indígenas tem singular relevância para a formação da identidade cultural do povo brasileiro. O conceito de objeto de Arte, para os povos indígenas, tradicionalmente, não existe. Tudo o que eles produzem, apesar de conter elevado valor estético, tem caráter utilitário. Nesta produção, utilizam tudo aquilo que é encontrado na natureza (madeira, fibras, sementes e frutos, cipós, folhas, resinas, couro, penas, ossos, dentes, garras, conchas, terra, pedras etc.). Essa abundância de matérias proporciona grande variedade de produtos como cerâmica, tintas, adereços, armas, barcos, vestes, instrumentos musicais etc. A decoração de objetos e pintura corporal, apresenta estilos e composições que passam de geração em geração, e são baseadas nas formas da natureza e na geometrização.

Cultura Indígena. Museu do Índio – Virtual. Disponível em: 
Arte Indígena. Disponível em: 

Museu de Arte Indígena - Disponível em: http://maimuseu.com.br/


Museu do Índio - Funai.

pintura corporal é uma expressão de grande importância para a maioria das tribos indígenas brasileiras. Essas populações pintam seus corpos como forma de exercer sua espiritualidade e senso de coletividade. Geralmente, as pinturas são feitas para serem usadas em momentos de celebrações e rituais, seja de luto, casamentos, caça, preparações para a guerra ou cura de doenças. Existem muitos povos indígenas e diversas maneiras de adornar o corpo com tintas, sendo esses pigmentos extraídos de elementos naturais. Para obtenção do vermelho geralmente é usada a semente de urucum, já o preto é feito através da maceração da polpa do jenipapo verde. Há ainda alguns povos que utilizam o calcário para produzir a cor branca.A aplicação desses pigmentos é feita utilizando vários instrumentos, como varetas, madeiras, pedaços de algodão, pincéis variados e, principalmente, as mãos. Uma das tribos que se destaca na pintura corporal pelo seu caráter delicado e minucioso, é o povo Kadiwéu, presente no Mato Grosso do Sul. Antigamente, essa arte era mais praticada, hoje em dia, infelizmente ela foi perdendo espaço e é aplicada em cerâmicas que são vendidas para turistas.A pintura corporal é um dos principais elementos desta arte, podendo assumir diversas técnicas e padrões. Feita maioritariamente pelas mulheres, ela não tem um fim utilitário, mas carrega muitas mensagens e simbologias. As tintas variam de tribo para tribo, sendo preparadas de diferentes formas a partir de recursos naturais distintos, principalmente plantas, árvores e frutos. As pinturas e as tonalidades também podem variar dentro de um mesmo grupo, devido a fatores como o gênero, a idade ou a função na comunidade. Alguns exemplos bastante conhecidos são a tinta preta feita a partir de jenipapo, a vermelha feita do urucum e a de tonalidade branca, que vem da tabatinga. As cores vivas e cheias de intensidade canalizam valores como a alegria, a força e a energia. Os padrões e desenhos incorporados são inúmeros, já que estão relacionados com os símbolos, as crenças e a história de cada povoação. Eles surgem em incontáveis combinações e arranjos, podendo também representar momentos e emoções em específico. Embora sejam habitualmente usadas em rituais e cerimônias, estas pinturas corporais por vezes surgem apenas como um elemento estético, pensado para embelezar os corpos. Esse é o caso, por exemplo, dos Karajás, que usam estas pinturas como um modo de enfeitar e decorar os seus corpos com imagens que vão inventando. Os Kadiwéu (ou cadiuéus), do Mato Grosso do Sul, ficaram conhecidos pelos seus desenhos detalhados que continham elementos como listras e espirais. Atualmente, essas pinturas estão presentes nos vasos de cerâmica que eles vendem.

Pintura corporal: 


Krikati - Pintura corporal - Disponível em:
Grafismo Indígena - Disponível em:

ARTE PLUMÁRIA

arte plumária dos índios brasileiros é uma das expressões plásticas mais conhecidas e impactantes das culturas nativas do Brasil. A definição usual de arte plumária diz respeito aos objetos confeccionados com penas e plumas de aves, amiúde associadas a outros materiais, e em sua maioria usados como ornamento corpóreo, seja de uso cotidiano seja em funções solenes e ritualizadas. A definição também inclui a fixação de penas diretamente sobre o corpo humano, em geral com os mesmos objetivos e significados, e a confecção de objetos emplumados para outros usos além do adorno do corpo.

Arte Plumária


O vídeo “Plumária (Featherwork)” apresentado para apreciação das plumagens faz parte da exposição permanente do acervo do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre da cidade de Tupã/SP.

Arte Plumária – Roda da Moda.
CESTARIA

cestaria é entendida como um conjunto de objetos ou utensílios, obtido através de objetos trançados. Ela compreende a técnica de fabricação de cestos e designa a arte de trabalhar fibras. No sentido mais lato como um conjunto de objetos ou utensílios, obtidos através de fibras de origem vegetal. A cestaria envolve também a fabricação de esteiras assim como objetos de revestimento ou cobertura.Neste sentido a cestaria compreende a técnica de fabricação de cestos ou vasilhas de dois tipos fundamentais: o tipo entrelaçado, que engloba os gêneros cruzado, encanado, enrolado e torcido, conforme a maneira de dispor as fibras, e o tipo espiral, com ou sem armação de sustentação. Qualquer um dos tipos está muito vulgarizado e obedece mais propriamente às características da fibra a utilizar, do que a um padrão cultural ou de área geográfica. As peças conforme o uso variam em tamanho e forma assim como a técnica de manufactura. São geralmente peças criadas segundo a sua funcionalidade.

Cestaria.

Cestaria Indígena.

Cestaria Baniwa.

CERÂMICA INDÍGENA

A cerâmica também é bastante comum em diversas etnias de origem indígena e normalmente é feita por mulheres. O barro não só é manipulado para criar objetos utilitários, como vasos e taças, mas também estátuas e recipientes para guardar cinzas dos mortos, entre outros.

Cerâmica.
http://maimuseu.com.br/site/search-results/?fwp_categoria=arte-ceramica

Culturas e arte indígena na atualidade.


MÁSCARAS INDÍGENAS

Usadas em rituais, cerimônias e celebrações, as máscaras indígenas têm uma alta carga simbólica. Habitualmente elas estão reservadas para alguns momentos especiais, como comemorações e rituais sagrados, pela sua forte ligação ao mundo do sobrenaturalParte dos costumes e do folclore de cada população, seguem as tradições e representam entidades que estes indivíduos querem agradar ou acalmar. Máscara dos Ticunas (ou tucunas) que habitam a região da Amazônia Os Tucanos e os Aruaques utilizam estes objetos enquanto realizam danças sagradas. Também é assim com os Karajás, que as reservam para a Aruanã, uma dança que visa homenagear os seus heróis. As máscaras são feitas a partir de materiais como palha, cabaças ou cascas de árvore, e costumam ser decoradas com desenhos e penas de pássaros. Contudo, no caso dos Matis, do sudoeste da Amazônia, elas se destacam por serem fabricadas em cerâmica.

Arte Indígena Brasileira e as Mácaras.

https://artesanatoindigena.com/arte-indigena-brasileira-e-as-mascaras/


Máscaras Indígenas

Máscara Indígena Brasileira.

Feira de artesanato encanta visitantes nos Jogos Indígenas 2013. https://www.youtube.com/watch?v=86r4VSQQ9d8

Artesanato Indígena.



Iepé Instituto de Pesquisa e Formação Indígena.



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